19.8.09

CCCCC (Curto Circuito Casting Crazy Chronicle) ou CC Casting, uma jornada que dá carácter.

Tudo começou numa tarde sem grande história, sentada no sofá de casa, em frente da televisão, a fazer zapping. Muito provavelmente deveria estar a estudar. Até que paro na Sic Radical quando em rodapé vejo escrito “CC Casting 09 – só para meninas”. Hm… parecia uma boa ideia.

À hora de almoço do dia seguinte chuto a novidade “O curto circuito está à procura de uma apresentadora nova e eu vou candidatar-me”. Estava à espera de um revirar de olhos, um “tem juízo” e uma mudança de conversa rápida mas, muito pelo contrário, recebi um “boa ideia, devias tentar” por parte dos meus pais.

Seguiu-se o preenchimento da ficha de inscrição (que ficou brilhante diga-se) e uma sessão fotográfica liderada pelo Zé, dada a falta de fotografias actuais. A ficha lá seguiu por correio nessa mesma tarde.

Sensivelmente vinte e quatro horas depois, toca o meu telemóvel e uma senhora com uma voz parecida à da Orsi Fehér (medo) pronuncia “Olha era para dizer que foste seleccionada para ir fazer o casting amanhã no Loft, onde tens de estar às duas. Queremos te entrevistar”. Mal a Orsi se despediu, era ver a Rita aos pulos e a berrar que nem louca pela casa toda. Ao todo fizeram três sessões de entrevistas, uma no Loft, uma no Porto e uma nos próprios estúdios da Valentim de Carvalho onde o programa é filmado.

Dia seguinte, “pimpei-me” toda e lá segui para o Loft às duas tarde, onde eu e mais umas vinte raparigas fomos entrevistadas pelo director de casting Pedro Paiva. Os nervos eram alguns mas sabia que tinha dado o melhor. “Se passares às vinte cinco finalistas ligamos-te na terça, se não passares mandamos te um e-mail”.

Terça feira seguinte parecia uma verdadeira totó a andar pela faculdade de computador na mão, a ir a caixa dos mails de cinco em cinco minutos para ver se havia novidades. Onze, nada. Meio dia, nada. Uma, nada. Duas, nada, Três, nada. Quatro, nada. Cinco, nada. Seis, nada. Seis e meia, telefone toca. Pára tudo. ERA A ORSI OUTRA VEZ! “Olha Rita (com sotaque fica RRRRita), és uma das vinte e cinco finalistas do casting de modo que quinta vamos-te levar para o Porto para o directo de apresentação das finalistas”. ARE YOU FUCKIN* SERIOUS? WTF? Eu tinha sido seleccionada? OMG!!! Fiquei em puro êxtase, nem queria acreditar. Telefonei, mandei mensagens, avisei, gritei, sei lá.

Chegou quinta-feira e às nove da manhã já estava na Gare do Oriente. Eu e mais catorze meninas. Beijinho a todas, olá olá, como é que te chamas, de onde és. Algumas caras reconheci do Loft, outras nunca as tinha visto. A simpatia mútua foi instantânea. Seguimos todas juntas juntamente com pessoas da produção até à Casa da Música no Porto onde seria o directo. Quando chegamos lá fomos recebidas pelo Pedro Paiva, pelo João Manzarra e pelo Diogo Valsassina, que iriam apresentar o programa dessa tarde, e pelas outras dez candidatas do Norte. Ah e claro, pelo simpatissíssimo Dj João Xavier. Depois de devidamente maquilhadas fomos caminhando em direcção ao mini-estudio que tinham montado. Sentamo-nos quase ao colo umas das outras pois o espaço não era muito e a partir daí foi magia o que se passou. Fomos entrevistadas individualmente pelos apresentadores para que todo o Portugal pudesse ver as vinte cinco caras mais “leeeeendas” que iriam entreter a juventude durante os seguintes três meses. Acabou o programa e todas nos dirigimos para a sala onde tínhamos sido maquilhadas para que nos fossem dadas diversas indicações (pelo Pedro Paiva e pela Mónica Moreira, produtora do programa) sobre como seriam os programas daí em diante. Eu iria apresentar um programa dia 13 de Maio. Após a conversa, eu e as ninas fomos todas jantar ao shopping. Após a janta, voltamos a Casa da Música onde houve uma festa com toda a gente. Muito animado. Podres de cansaço, voltamos na camioneta até Lisboa.

Chegou o dia 13 de Maio. Mal chego aos estúdios da Valentim de Carvalho em Paço D’Arcos, reconheço dois vultos ao cimo da rampa. Rui Pêgo e Joana Azevedo. Eles foram almoçar e eu fui buscar a informação para o programa. Eles voltaram e fizemos uma tertúlia sobre como iriam decorrer o que eu esperava serem as duas horas abençoadas de directo que eu iria apresentar com eles. O tema do programa era a minha própria pessoa. Easy. Acabada a tertúlia, somos os três maquilhados e dirigimo-nos para o estúdio. Auricolares postos, “estás a ouvir-me?”, microfone no peito, e 3, 2, 1, estamos no ar! Muitos nervos misturados com muita boa disposição, dão origem a um programa imparável e muito animado. Em duas horas consegui fazer amigos pelo telefone, rir a bom rir e pôr a Sónia a comer uvas que nem uma campeã. Foram duas horas que passaram a correr e foram mesmo abençoadas. Tudo tinha corrido impecavelmente.

Nos dias seguintes, e sendo logo a candidata número três, em vez de estar a estudar, passei tardes a ver os programas das minhas colegas que foram brutais, me divertiram imenso e pensar duas vezes se passaria ou não à próxima fase.

Até que chegou o dia da primeira eliminatória. Reunimo-nos todas de novo no estúdio do CC. As saudades já eram muitas. Iriam ser duas horas de suor, nervos e palpitações. Depois de nos entrevistarem a todas individualmente de novo (o que para mim demorou uma eternidade por ser logo uma das primeiras), chegou a hora H. João Manzarra aconselha grandes bebedeiras às que não passassem e rasga o envelope que já não podia ser utilizado para o casting seguinte. “ E as candidatas eliminadas são: Candidata número 1 Melissa Real, Candidata número 2, Mafalda Maravilha, Candidata número 4 Filipa de Curveira, Candidata número 5 Sílvia Mota…”. “Ele saltou o número 3. Ele não disse o meu nome. PASSEI!!!” pensava eu. Nem queria acreditar. Estava nas quinze. Abracei todas as minhas colegas que não passaram e mandaram as que passaram para a sala de produção. A partir daqui a exigência ia ser maior, os programas voltariam ao seu formato normal e era mesmo o tudo por tudo. Novas indicações foram dadas e eu apresentaria um programa na segunda feira a seguir (a eliminatória foi numa sexta-feira).


Chegou segunda feira e aquele pequena estúdio já era como que uma segunda casa para mim. O estúdio é realmente pequeno mas é mesmo mesmo mesmo giro. Desta vez o programa foi apresentado por mim e pelo Diogo Valsassina e o tema era “Quais são os planos das tuas férias?”. Como era segunda-feira, os passatempos eram novos, houve o espaço My Games e continuei a fazer novos amigos pelo telefone. Saí de lá com a sensação de que podia ter corrido melhor mas olha, já estava, não havia nada a fazer, agora era esperar.

Continuei a perder tardes de estudo a ver os programas das minhas amigas lindas e, uma a seguir à outra, faziam cada uma um óptimo trabalho.

Chegou o dia 17 de Julho, dia da segunda eliminatória, em que só passariam cinco miúdas. No fim desse programa anunciaram as cinco: Inês Capelo, Joana Alvarinhas, Diana Bouça-Nova, Ana Bola e Joana Ponte.

Eu não estava entre as cinco.

Por mais incrível que pareça não sentia uma ponta de tristeza. Não que eu não quisesse passar, não é isso, porque eu queria mesmo passar. Mas acima de tudo estava contente.

Porquê?

Estava contente com o meu trabalho, até onde tinha chegado porque muito sinceramente nunca sonhei que iria chegar tão longe (apesar de acreditar em mim e no que sou capaz), contente com a oportunidade que me tinham dado, contente com as pessoas que tinha conhecido, pois se não fosse este casting não teria conhecido pessoas como Mafalda Rodrigues, Joana Alvarinhas, Teresa Abreu e todas as outras meninas que eu nunca vi como concorrência.

Se alguém da produção alguma vez chegar a ver isto, queria agradecer-vos pela oportunidade que me deram e por me terem deixado chegar tão longe. Sabem que dei sempre o meu melhor. Aprendi imenso e irei utilizar todos os conselhos que me deram para experiências posteriores. Acima de tudo, isto foi a amostra que podemos sempre misturar diversão com trabalho quando gostamos realmente do que fazemos. Aos três rapazes que apresentam o programa diariamente, João Manzarra, Diogo Valsassina e Rui Pego, são os apresentadores mais sexy que andam aí.

E claro, à grande vencedora Diana Bouça-Nova, foi mais que merecida a tua vitória e desejo-te toda a sorte do mundo.

Um grande beijinho,
Rita Salazar, o número 3

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